Thursday, August 6, 2015

FUNNY WOMEN


Betty White.
Joan Rivers.
Carol Burnett.
Tina Fey.
Lucille Ball.
Lily Tomlin.
Whoppi Goldberg.

6 different women with unique life stories and from different generations, yet there are a few things that all share: the undeniable flair for comedy and their strength to fight against sexism in Hollywood, [when it comes to humor].
About 80 years have passed since the legend Lucille Ball started in the art of making people laugh. However even today whenever there is a comedy movie or any fiction project of that genre - that has as its protagonist a woman-  it comes back the same old and unprofitable discussion: "Are women fun? There are beautiful funny women? ". If we look into this year’s movies (so far)  there are about a dozen comedies films whose history is leaded by a female protagonist - "Pitch Perfect 2" with Anna Kendrick, the movie "Spy" led by Melissa McCarthy and the debut of Amy Schumer as protagonist in a movie with "Trainwreck”. This fabulous ‘very pink’ menu can be a reflex of progress in the industry or it may just be Hollywood producers throwing sand directly into to our eyes to show us that equality exists in the film industry. I rather believe in option number 1, but as any comedy classic movie I feel like I’m trapped in a monologue with an angel (on my right side) telling me to believe in option #1 and on my left side I’ve the devil poking me with his fork [till infinite exhaustion] reminding me of Barthes and his mythologies, trying to obligate me not to forget the second option.  

Michael Eisner, former Disney CEO, told recently in a conversation with the actress Goldie Hawn – herself a lead role in many comedies- that to find a beautiful women who is also a natural to comedy is a mission impossible [paraphrasing]. This idea makes me sick, I mean it’s not the idea itself but the reasoning that leads to this idea. In a era that the fight for equality is stronger than ever, it shocks me this type of conception. I read an article from “Los Angeles Times” that addressed exactly this incident. The journalist responsible for the article, Ann Freedman claimed that she didn't guide herself with Hollywood's beauty pattern and by that, she did not agree with Eisner, because Friedman believes that exist actresses that are both funny and hilarious, something that I agree one hundred percent.

It’s evident that there are women funnier and women less funnier. It’s evident that there are genuinely fun women and women who need to have material written just for her to make them funny. But this is something transversal to all the professional areas: there are better and worse professionals, there are competent and incompetent people, there are natural talents and people working to be at that level. And it's something that covers all genders.

I hope that in 2020 - this me being extremely optimistic - this discussion doesn’t be included in the questions to which the comedians or actresses have to answer during the promotion of a movie that they are protagonists. Let this question and this discussion in a book of 'All Stupid/ Irrelevant Questions  To Ask  To An Actress In Hollywood ", along with questions like 'how do you remain sexy?', 'how much weight did you lose to get this role?' and so on, I think you get the idea.


Betty White.
Joan Rivers.
Carol Burnett.
Tina Fey.
Lucille Ball.
Lily Tomlin.
Whoppi Goldberg.

6 mulheres distintas com histórias de vida singulares e de gerações distintas, contudo há coisas que todas partilham: o inegável dom para a comédia e a luta contra o sexismo em Hollywood, no que diz ao humor do sexo feminino. Cerca de 80 anos se passaram desde que a lenda Lucille Ball se iniciou nesta arte da fazer rir o próximo, todavia ainda hoje sempre que surge um filme cómico ou um qualquer produto de ficção do género que tenha como protagonista uma mulher volta à ribalta a discussão mais velha e mais improfícua que ‘o velho do Restelo’: “ Serão as mulheres divertidas? Há mulheres bonitas e divertidas?”. Fazendo um rescaldo às estreias cinematográficas deste ano em Portugal, estrearam cerca de uma dezena de filmes de comédias cuja história é guiada por uma protagonista feminina – exemplos disso são “Pitch Perfect 2” com Anna Kendrick, o filme “Spy” liderado por Melissa McCarthy e ontem deu-se a estreia de Amy Schumer enquanto protagonista num projeto cinematográfico com “Trainwreck”. Este fabuloso cardápio ‘cor-de-rosa’ pode ser um reflexo de progresso ou apenas um camião de areia a ser despejado na nossa cabeça pelas produtoras da sétima arte para nos provarem que a igualdade existe. Eu prefiro acreditar na primeira opção, mas como qualquer clássico da comédia sinto-me num monólogo em que tenho um anjo do meu lado direito a dizer-me para acreditar nessa primeira opção e por outro lado (neste caso, do esquerdo) tenho um perverso diabo que vai cutucando [até à exaustão] com o seu bastão e me vai recordando de Barthes e das suas mitologias, obrigando-me a não me esquecer da segunda opção.

Michael Eisner, antigo CEO da Disney, afirmou recentemente numa conversa com a actriz Goldie Hawn – também ela protagonista de muitas comédias- que encontrar uma mulher bonita e com talento nato para a comédia é uma missão impossível [isto parafraseando]. E esta ideia causa-me repulsa, aliás não é a ideia em cima, mas sim o raciocínio que dá origem a esta ideia. Numa época em que a luta pela igualdade começa a ganhar voz, choca-me este tipo de raciocínio. Eu li um artigo dos “Los Angeles Times” que abordava exatamente este incidente. A jornalista responsável por esse artigo, Ann Freedman a certa altura afirmava que se não guiava pelos padrões de beleza estabelecidos por Hollywood e por isso não concordava com Eisner, pois para Freedman existem de facto atrizes bonitas e que são divertidas, algo que sublinho e assino por baixo. 

É evidente que há mulheres mais divertidas e há mulheres menos divertidas. É evidente que há mulheres genuinamente divertidas e mulheres que precisam de ter material escrito para si para que se tornem ‘minimamente engraçadas’. Mas isto é algo transversal a todas as áreas profissionais: há melhores profissionais e piores profissionais, há pessoas competentes e pessoas incompetentes, há talentos naturais e pessoas que trabalham para estar ao nível dos ‘naturals’. E é algo que abrange todos os sexos.

Espero que em 2020 – isto sendo extremamente otimista – esta discussão não faça parte das perguntas às quais as comediantes ou atrizes tenham que responder durante a promoção de um filme do qual são protagonistas. Deixem essa pergunta e esta discussão num caderninho de ‘ Todas As Perguntas Inoportunas / Irrelevantes  Para Se Fazer A Uma Atriz Em Hollywood”, assim como perguntar como se mantêm sexys, quanto peso perderam para o papel, o que tomaram para perder esse peso e por aí adiante, acho que perceberam a ideia.  

Photo By: Split Shire

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